sexta-feira, 1 de julho de 2016

Entrega? ahahaha

Há alguns anos aprendi o conceito de entrega, confia, aceita e agradece, numa palestra. Quer dizer, aprendi é o verbo errado. Eu escutei esse mantra. Ele ficou guardado na minha memória, Em 2014, minha vida virou de cabeça pra baixo, e eu reencontrei esse mantra. Daí voltei pra yoga, e ele passou a fazer parte da minha rotina.
Mas a grande verdade é que eu não entrego nada. Eu digo que vou confiar no Universo, mas fico querendo fazer minha parte. Fico insistindo no que quero que aconteça. Fico forçando situações. Não sei esperar. Não sei ficar em silêncio. Dentro de mim tenho muito barulho. Muita agitação. Nada parece me acalmar. Eu digo que aceito a situação, mas aceito coisa nenhuma. Quero saber porque, o que vem vindo, porque estou passando por isso, que raio de lição preciso aprender. E o agradecer? acho lindo o conceito de gratidão, e o tanto de coisa boa que essa energia deve atrair... mas eu só agradeço quando acontece o que eu quero. 

Ou seja... falta muuuuuuuuuuito para atingir a iluminação!


quarta-feira, 29 de junho de 2016

Back

Nos últimos tempos tenho sentido vontade de escrever. Nāo sei ao certo o quê, nāo sei o que quero guardar para mim, o que quero compartilhar com os outros. Mas minha mente e meus dedos têm tido vontade de escrever. E comecei a pensar em um lugar para escrever. Em criar um blog no Medium. Ou criar um facebook fake, para me esparramar por lá. Daí eu lembrei desse blog. Me assustei ao ver que escrevi pela última vez em novembro de 2014! Caramba, junho de 2016, tanta água passou por baixo dessa ponte...

Fui ler os últimos posts, e me diverti com alguns. Com outros, consegui reviver a agonia/emoçāo que sentia naquele momento. Tem coisa que ainda está aqui. O N. ainda está aqui. E uso o termo "ainda" no sentido de continuidade, porque pretendo que esse ainda dure até o fim da minha vida. Estamos juntos, estamos bem. Somos câncer e sagitário, entāo stress é grande, mas estamos cada vez mais unidos. Mais de 2 anos se passaram desde que nos conhecemos, e eu ainda morro de medo que um vento leve ele pra longe de mim. Mas no fundo sei que permaneceremos juntos. Que superaremos tudo. 

Pensei em abrir outro blog. Para a minha vida pós-N. Porque esse blog ficou estranho. Porque nāo consigo pensar em como eu era antes dele chegar. Mas visitei meus posts antigos e vi o sangue que corria nas minhas veias. E resolvi nāo ir embora. Vou ficar aqui mesmo. Vou jogar meus pensamentos aqui. Porque eu era aquela Mara, e eu sou essa Mara agora. E vou ser a Mara que ainda vai existir. Espero que ela seja feliz.

Obrigada, bloguito, por estar aqui me esperando esse tempo todo. Por me lembrar de coisas, por me lembrar de mim mesma.


domingo, 9 de novembro de 2014

Sobre blogs, sutiãs e outras zicas

Liguei pra minha amiga e disse que ia viajar com o gato. Ela responde: "ué? Achei que essa história já estava encerrada há séculos, pelo que li no seu blog!". Uma outra amiga disse a mesma coisa. Expliquei então que às vezes posto sem compromisso temporal, apenas para registrar um sentimento que tive. 

Mas ela tinha razão. Teve um post que fiz aqui onde declarava minha felicidade, minha entrega. Estava tão feliz quando postei... E nesse mesmo dia tivemos uma briga (que achei que era o fim) onde se seguiu 3 semanas de escuridão e uma viagem pra Disney para não se matar de tristeza. Teve dia que postei desalento, coração partido, e o dia terminou com mensagens fofas e convites para jantar e amassos deliciosos no carro depois.

Então lembrei do meu sutiã de oncinha. Desde que começamos a sair, todas as vezes que estava com ele as coisas deram errado. E eu tentei não culpar o pobre sutiã. Quis provar para mim mesma que um sutiã não tem esse poder. Até que um dia ele ligou que estava vindo. Tomei banho, passei creme, perfume, fiz uma oração para "desmacumbar" o sutiã e o coloquei. Não tinha como dar errado. E deu. Dormi sozinha e chorando. Quase terminei a noite queimando sutiã, não pelos direitos feministas, mas pela zica mesmo.

Resolvi aceitar que tem coisas que não dominamos. O sutiã de oncinha agora é usado pra trabalhar, pra fazer yoga, pra ir no supermercado, para dias aleatórios. Não vai de jeito nenhum para minha mala de viagem. 

E o blog? Não digo mais nada se estamos juntos, se não estamos, se vai, se fica, se foi.

Desculpaê.

sábado, 18 de outubro de 2014

:(

Minha amiga,

Hoje você disse coisas lindas a meu respeito. Disse que me admirava muito, que eu era bonita, doce, inteligente, e que não fazia sentido eu estar sozinha. Que se você fosse homem casava comigo. E aí você perguntou se eu estava chorando. Eu disse não.

Mas eu estava sim. Não por pena de mim. Mas por você. Porque você também é tudo isso e muito mais. E você não merecia os homens que passaram na sua vida. E mais que tudo, você não merece esse maldito câncer que está te levando pra longe da gente, dia após dia. 

Fico sentada assistindo você resistir a tudo isso de pé, com bom humor. Aguentando as químios, as rádios, os enjôos, as dores, sem se vitimizar. Já faz 7 anos que assisto esse filme, e tento fazer o jogo da Poliana e acreditar na melhora, mas fica cada vez mais difícil. Você desabafa comigo suas dores, eu tento levantar o seu astral, mas por dentro estou dilacerada. Você não merecia isso. Não merecia.

E, no meio desse furacão, você ainda acha tempo para pensar em mim, nas minhas dores de coração e me desejar felicidade. Felicidade é ter uma pessoa como você na minha vida. Por favor, fique mais tempo por aqui.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Recomeço

Acho que eu sabia que você era um sonho. Quando vejo hoje, acho que até eu sabia que não ia durar. Mesmo sentindo que você era tudo que eu queria. Mesmo me lamentando por ter levado 42 anos para te encontrar. Acho que eu não acreditei. Por isso salvei tantas mensagens, fotos, recadinhos. Acho que eu mesma precisava de provas que você existia, que não foi loucura minha. Que eu não arrumei um "namorado imaginário" que nunca ninguém viu. Guardei recados, fotos. Mas não tem como engarrafar os beijos para usar nos dias frios. Não tem como guardar os olhares carinhosos, os abraços apertados, as mordidas na nuca. Não deu para gravar as palavras doces. Senti falta de uma foto de nós dois juntos. Queria saber como ficava ao seu lado. Mas não vou saber. 

Era amor. Eu sempre soube. Mas em algum momento o amor tem que ser uma via de mão dupla. O amor deveria trazer felicidade e alegria, não tristeza e ansiedade. Então chega o momento que a auto estima tem que ser maior. Vou seguir seu conselho, nesse seu recado tão fofo...


Vou tomar as rédeas, vou voltar a sorrir. E vou ser sempre grata por ter morado um pouquinho no seu coração. Sou grata a você, você sabe os motivos. 

Te desejo toda a felicidade do mundo. Te amo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Calendário

Neste domingo, resolvi trocar o celular. Para trocar o celular, precisa fazer backup das 2.500 fotos do celular, e ver se todas estão salvas no computador antes de deletar. Precisa atualizar o IOS, e pra isso tem que deletar foto pois não tem espaço. Estou enrolando com sido há meses, e hoje isso acaba!.

Baixa no computador. Salva em pastinhas, uma por uma: selfies, família, cachorro, empresa, amigos, Amsterdam, Paris, NY, Julinho. Vai salvando pra depois fazer upload, pra então poder deletar do celular.

Olhar 2.500 fotos foi uma viagem no tempo. Revivi as viagens, vi dias que estava bonita, dias felizes. Revi a alergia horrível que tive que deixou meu pescoço em carne viva. Vi fotos que não entendi o que estavam fazendo ali. Revivi o nascimento do Julinho, o susto, os 40 dias de incubadora, a primeira vez que peguei no colo, tão frágil. Até hoje, piscando pra mim com 2 dentinhos. Lindo.

E cronologicamente, vi documentado o dia que você entrou na minha vida. Dei print na tela da primeira vez que nos falamos. E todas aquelas fotos antes do dia 06 de fevereiro de 2014 são fotos AN. E todas depois são DN. Depois de você. Depois de você meus olhos tem outro brilho. Tem fotos que estão tristes. Ansiosa. Apaixonada. Feliz. Triste de novo. Esperançosa.

Nos conhecemos, nos conectamos. Nos entendemos, nos beijamos. Saímos. Transamos. Terminamos. Sofri. Silêncio. Fuga. Saudade. Volta, reconstrução. Voltamos. Voltamos? Sim. 

Não sei onde estamos. Mas é uma alegria olhar e te ver no meu presente. Receber seu telefonema. Seu beijo de boa noite. Sentar de mão dada no cinema. Olhar você dormir no cinema. E seu beijo de língua de gato na porta da sua casa.

Tem horas que eu olho pra trás e não acredito que você ainda esta aqui. Ainda bem. :)


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Hope

Nada acontece. E ao mesmo tempo, tudo acontece. E é tão bom. Tão bom não se reconhecer, tão bom não saber como o dia vai terminar. Escrevo que acabou, mas não acabou. Escrevo que voltou, mas acabou. Nada está como eu queria. E, estranhamente, está tudo bem. Dentro de mim, uma certeza de que está tudo certo. Que tudo vai dar certo. Que o melhor vai acontecer.

Deve ser isso a tal da esperança.


terça-feira, 29 de julho de 2014

Hear the sirens

Hear the sirens... hear the sirens...
hear the sirens... hear the circus so profound...

É... você disse que eu saberia quando tivesse acabado. Que não tinha acabado ainda. Que você seria claro e direto e me contaria. Mas você não me contou como seria o durante. Que eu deveria sufocar, que eu deveria prender, que eu deveria esperar. Que eu deveria colocar você e seus desejos de solidão acima de tudo, até de mim. Desculpa, isso eu não posso. Não posso perder minha essência. Não posso me perder de mim mais uma vez. Tudo o que tenho sou eu mesma, não posso abrir mão.

Foi bom te ver mais uma vez. Deve ter sido a última. Pelo menos provei seus lábios mais uma vez. Senti suas mãos quentes nesse dia frio em São Paulo. Dormi sorrindo. Mandei e recebi mensagem carinhosa, isso aquece o coração. Mas alguns dias depois a realidade bate na porta, não tem como ignorar.

Já que não tenho botão DEL no coração, ataquei tudo que é tangível. Emails, mensagens, whatsaps, inbox do face, fotos. Não vou ler mais promessas antigas. Não tenho mais seu telefone para te ligar, nem por engano. Não vou mais sonhar com reconciliações, pedidos de desculpas nem com o seu corpo na minha cama. Não vou fazer planos. Vou seguir. Vou esquecer. Life goes on, diz o ditado. Let it go, diz a música. Entrega, confia, aceita e agradece, diz a yoga. Ok, vou obedecer.

Oh, it´s a fragile thing, this life we lead
If I think too much I can´t get over...

A dor que vou ter que superar é de ter tido a sensação da minha alma ter reconhecido a sua. E é muito triste isso acontecer na vida e você ter que abrir mão. Você sempre será um capítulo na minha vida. Fui feliz, me senti completa. E quando gostamos não queremos que termine. Mas se o outro lado não quer, não gosta, se sentiu preso, não está pronto, não reconheceu, não há muito mais o que ser feito. Se humilhar não é bonito, sofrer não é sexy. E minha natureza é ser feliz, é brincar, é dar risada.

Queria ser malcriada e dizer aqui que um dia você vai se arrepender de ter me dispensado, que um dia vai ser tarde demais. Mas realmente não penso isso. Você é uma pessoa muito especial, e eu espero que não se arrependa de nada. Espero que seja feliz. E se um dia eu passar pelos seus pensamentos, dê um sorriso. E siga em frente.

Por tudo que significou, eu te amo.

Want you to know that should I go

I´ve always loved you, held you high above true
I study your face, the fear goes away...

(Sirens - Pearl Jam)

https://www.youtube.com/watch?v=qQXP6TDtW0w


domingo, 6 de julho de 2014

After

Não sei se é motivo de orgulho ou de preocupação, mas eu nunca fui boa em disfarçar emoções. Quem me conhece vê na hora, pelo meu rosto, meus olhos, se eu estou triste, feliz, preocupada. Canceriana, né? Porém, além do meu corpo dizer tudo, eu ainda gosto de falar. E falo mesmo. Sabe o tal do livro aberto? Prazer, Mara.

Isso funciona bem quando as coisas vão bem. Mas descobri nos últimos tempos que devemos guardar algumas coisas apenas para nós mesmos. É bom falar com os amigos, pedir conselhos, ser consolada, conhecer outros pontos de vista. Mas tem coisa que só a gente sabe, só a gente viveu, só nosso coração sentiu. E chega uma hora que não adianta mais ficar explicando. Acene com a cabeça e siga em frente.

Foi bom esse tempo ter passado. Achei que ia me despedaçar mais. A gente escuta tanta coisa: "se for seu, volta" "o que é seu está guardado" "não apresse o rio" "o mundo dá voltas". E tudo isso é bem verdade, mas quando estamos no meio do problema não conseguimos esperar essa volta do mundo. Queremos saber quem guardou aonde o que é meu. Mas sim, existe vida. Sempre.

Não sei se é a yoga, se é o tempo, se é esperança no coração, se é o mês de julho que chegou... estou bem.

domingo, 15 de junho de 2014

Da aceitação

Aí aparecem os mal entendidos. Que não sei bem se não mal entendidos ou se no futuro ficará claro que foi apenas um pretexto. Ou que foi medo. Ou que foi precipitação. Minha. Dele. Dos dois.

Esses dias foram extremamente difíceis. Coração partido. Muita coisa entalada na garganta. Muita opinião alheia. Eu feito barata tonta, sem saber o que fazer. Mas de alguma maneira termino me achando vitoriosa: liguei, escrevi, procurei quando tive vontade. O resultado não foi o que eu queria, mas como já falei antes, o que eu sinto é de verdade, e com sentimento não se joga. Sentimento não se esconde. Se isso não agrada, o Universo um dia vai me mostrar a pessoa que vai entender [e não se assustar e corresponder com] meu jeito de gostar.

Os dias ainda estão doloridos,  mas cuidei de mim. Aceitei sentir a dor. É só assim que a gente supera. Supera que quis demais, esperou demais, ansiou demais, gostou demais, quis repetir demais. Às vezes o timing está errado. Às vezes ninguém está errado, cada um está vivendo seu momento, suas próprias batalhas. O momento é de agradecer pela lições aprendidas, pelos bons momentos vividos. Pelas risadas, pelos beijos, pelos orgasmos, pelo frio na barriga. Como diz meu Precioso, em vez de lamentar que acabou, ser grato pelo que viveu. E foi bom estar viva de novo!

E vamos seguir em frente que o mundo não pára por causa de um coração partido!